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sábado, 24 de setembro de 2022

Peças de um mesmo quebra-cabeça


Genêro: drama/erótico

Sinopse: Certa noite, a jovem Stella acorda num lugar desconhecido, e se desespera por não saber onde está. "Que lugar estranho é esse?! -- ela se pergunta. Acontece que o ambiente é soturno, cheio de sussurros e vozes indiscerníveis, apenas com a fraca luz das velas a, ora e outra, dançar seus covardes feixes de luzes na escuridão quase palpável ao redor. Mas logo ela descobrirá que ali também é o reinado de uma mulher muito poderosa; e que, - conforme Stella tanto desejou inconscientemente em seu coração - finalmente lhe ensinará um dos caminhos do autoconhecimento pleno; enquanto decidem trilhar juntas pelos árduos meandros da sublime entrega e da completa dominação.

Peças de um mesmo quebra-cabeça (amostra)

Do centro de um salão pouco iluminado, eu vejo uma mulher mascarada, vestida de preto, passeando ao meu redor como que verificando um produto.

Velas espalhadas em círculos nos iluminam, assim como parte do ambiente soturno carregado de sussurros e vozes desconhecidas que ora e outra eclodem na escuridão ao redor, pra logo a seguir imiscuírem-se com o tilintar de uma corrente que a mulher segura, e que está presa na coleira atada ao meu pescoço.

domingo, 11 de setembro de 2022

Como cães correndo na escuridão


Gênero
: drama/mistério

Sinopse: Javier tem tudo que um homem deseja na vida (fama, poder e sucesso), no entanto, com o passar dos anos começa a sentir um vazio tremendo dentro de si, que é como se tudo isso não significasse absolutamente nada. Desta forma, em mais uma de suas muitas peregrinações espirituais por respostas, decide escalar um monte sagrado nos Pirineus -- conforme orientação de seu mestre -- a fim de invocar, pela última vez, seu demônio pessoal.

Como cães correndo na escuridão (amostra)

Depois de uma longa subida até o topo da montanha, entro na caverna e digo: “A escuridão é minha amiga” — já que o temporal lá fora não findará tão cedo, e faz um bom tempo que não converso com meu demônio pessoal.

Sento no chão e deposito a mochila ao meu lado. Depois — conforme o ritual de invocação —, relaxo os músculos, fecho os olhos e começo a timbrar a escuridão à volta com as seguintes palavras: “Eu agora estou relaxado, e meus olhos dormem o sono do mundo”, depois disso deixo minha mente vagar livremente, sem empecilhos, unindo minha escuridão particular com a escuridão da caverna.

Raquel Veio Me Visitar

 

Gênero: drama/adulto

Sinopse: "Gustavo é um escritor bem famoso, porém, por outro lado, quando o assunto é trabalho, ele não consegue deixar de procrastinar. O pior é que; às vésperas de entregar os três primeiros capítulos de seu novo romance — há meses cobrado pelo agente — tudo o que acontece à sua volta logo se transforma num belo motivo pra se distrair".

Raquel Veio Me Visitar (amostra)

No relógio; oito horas da manhã, em ponto. O aplicativo Word está aberto, e a barra do cursor pisca na tela do meu computador. Meus dedos sobem e descem, martelando a mesa de madeira consecutivamente, enquanto a música “Spring Rain” — de uma banda coreana qualquer — é só o aquece meu coração neste instante. Olho para o mouse. Mas ele também olha pra mim, e, diante das minhas mãos impotentes, o teclado permanece imponente com suas inúmeras teclas pretas e brancas a caçoar de uma inspiração que nunca chega. Frustrado, levanto-me de repente, e a força cinética dos meus braços faz a cadeira rodopiar. Na cozinha; um gole de café. Depois mais um, e mais um; e mais um. E como isso não é o bastante; coloco a xícara sobre a mesa, retiro a camiseta, e me dirijo em passos lentos até a sacada, para tomar pelo menos um pouco de ar. “O dia está lindo!” — eu penso diante da imensidão do céu azul sobre mim, com as gaivotas a grasnar e a sobrevoar sobre as areias quentes da praia de Copacabana; sem contar os inúmeros banhistas lá embaixo a desbravar as águas geladas que ora e outra quebram em bravias ondas sobre seus corpos, e um tempo depois, aos poucos, singelamente vão retornando ao seio do mesmo mar.

Domingo Sangrento

 

Gênero: drama/mistério/suspense/terror

Sinopse: Após dias e dias com muita tensão no escritório, finalmente o jovem corretor Renato está em condições de tirar umas férias do ambiente de trabalho que tanto o sobrecarregou nos últimos meses. Seu destino?! Uma viagem feita em família de Florianópolis até uma fazenda localizada em Sanclerlândia de Goiás, local este onde residem os sogros. Renato só não esperava que seus momentos de descanso e lazer, de uma hora pra outra iriam se transformar num tremendo pesadelo.

Domingo Sangrento (amostra)

Bem da margem de um riacho, deu pra ouvir a quilômetros de distância dali, o barulho de vários tiros pipocados para o alto, afugentando uma revoada de pássaros que, até momentos antes, permanecia aninhada nos galhos mais altos das árvores.

— Cala-te puta safada! Ou vai morrer! — ordenou o bandido.

— Pelo amor de Deus, moço, não me mata! — implorou a vítima de joelhos pra ele. 

Mas o bandido não demonstrou remorso diante de suas súplicas, permanecendo com o olhar frio, distante.

Café Expresso

 

Gênero: drama/suspense

Sinopse: Após chegar de uma longa viagem de negócios, Antônio está disposto a acabar com tudo. Dizer pra sua mulher, de uma vez por todas, que já não a ama como antigamente, e que a partir dali cada um deveria seguir o próprio rumo. Antônio só não esperava que entre goles de um bom café, muita coisa pode acontecer entre o céu e a terra; até mesmo antigos sentimentos tornarem a ressurgir só pra agitar um coração que ficou confuso.

Café expresso (amostra)

Era de manhã e o vento frio que perdurou toda a noite, ainda soprava gelado por toda a cidade de São Paulo. O encontro de Beatriz e Antônio estava marcado para acontecer às 8h, de forma que logo ao adentrar o perímetro urbano da cidade, ele estacionou o Ônix azul próximo ao meio fio, e em seguida adentrou às pressas a cafeteria Drummond, localizada no centro da cidade. 

Mas ao contrário do combinado, Beatriz ainda não havia chegado na cafeteria, de forma que minutos depois, já entediado, Antônio sacou o celular do bolso e ficou a rodar a timeline do Facebook. Nisso o garçom se aproximou todo sorridente.

Tempo com você

 

Gênero: drama/suspense

Sinopse: Quando a quase tragédia de um acontecimento inesperado acaba transformando o relacionamento de um pai e de um filho que nunca se deram bem.

Tempo com você (amostra)

Com cinquenta anos já abarrotados nas minhas costas, eu quase não guardo recordações das experiências ocorridas na minha infância, a não serem aquelas lembranças que, por um motivo ou por outro, ficaram gravadas na minha memória.

Lembro que meu pai sempre foi um homem ligado à agricultura, e para ele, cultivar a terra e esperar o resultado do que passou grande parte do ano fazendo era sua maior paixão.

No princípio não tínhamos um bom relacionamento. E creio que essa distância entre a gente acabou cooperando na construção de um sentimento de infelicidade cada vez crescente no seio familiar.

Metamorfose

 

Gênero: romance/drama

Sinopse: Devido às dificuldades vividas no Brasil, a família Himura se vê diante de uma proposta irrecusável; trabalhar como operários bem remunerados no Japão, já que devido ao rápido crescimento das suas indústrias, o país passou a necessitar até de mão de obra externa. Então, apesar de reticentes no início, logo os Himuras arrumaram as bagagens e foram se aventurar no outro lado do continente. Mas, Japão não é Brasil. Isto é certo! E a partir daí, já instalados, com o gordo salário entrando na data correta, transcorre a estória das metamorfoses que, no início caracteriza-se apenas por mudanças imperceptíveis sobre o eixo familiar, mas com o passar dos anos, transforma-os completamente. Se antes as divergências se resumiam em questões como; contas mensais a se pagar, a educação dos filhos, e outras tais simplicidades, agora se alterou o foco das discussões, beirando ao esfacelamento familiar. Será que realmente valeu a pena?

Metamorfose (amostra)

A primeira vez que Eduardo Himura apeou no aeroporto de Narita, no Japão, ele ficou impressionado com algo que ele não estava acostumado a ver no Brasil. 

“Caralho, que tanto de japonês!”. 

Era o que ele sussurrou vislumbrado, lembrando-se das inúmeras vezes que quando criança, ele ouvia alguém na rua chamar a atenção de outro, enquanto o desconhecido apontava o dedo em sua direção, caçoando da sua cara achatada, dos seus olhos riscados, rasgados como diziam, e dos cabelos tão lisos e pretos, como jabuticaba quando chegou a hora de ser colhida. Mas estranhamente naquele aeroporto apinhado de gente parecida, apesar dos costumes nipônicos que seus pais já praticavam em casa, como as palavras ditas em nihongo, as comidas saborosas compostas pelos onigiris, pelos sushis, os sashimis, as sopas de missô acebolado, os doces de arroz recheados com feijão adocicados, — sem contar as músicas japonesas ouvidas desde manhã até o varar da madrugada pela avó doente em casa, — apesar de tudo isso; ali, pela primeira vez no Japão, Eduardo reviveu sentimentos nostálgicos da sua infância no Brasil: sentindo-se um peixe fora d'água, ou mesmo um estranho no ninho, percebendo-se sem lugar, no único lugar que imaginou ser isso possível: no país de origem.